quinta-feira, 16 de abril de 2015

O monstro do Ridiuna...


Quando eu era, ainda, um molecote cortei palmito por um bom tempo. Eu e meu primo 'passava' semanas no mato...

O lugar onde nós 'cortava' era bem longe de Iguape, umas oito horas de barco sentido Rio Una, ou Ridiuna que era como todos nós 'conhecia'.


Lá, nós 'ficava' acampado em um pequeno barraco. Desse barraco até o lugar de 'cortá' palmito dava umas duas horas de remo em uma canoa.

Todo dia nós 'passava' pelo mesmo lugar. Até então eu não sabia de nada...


Até que um belo dia vi quatro cruzes, uma do lado da outra, no barranco, no meio do nada. Então perguntei pro meu primo o que tinha acontecido ali naquele lugar.

Ele me perguntou: "Quer saber mesmo?"

E eu respondi: "Claro que sim!"


Foi aí que ele me contou que naquele lugar passou um barco de alumínio, era de turista, e eles 'tava'  pescando ali por perto. Tinha cinco tripulantes no barco e, de repente, o barco bateu em alguma coisa no meio do rio.

Acontece que naquele lugar não tinha nada pro barco bater. Nem banco de areia tinha!


Quando os tripulantes foram ver o que tinha acontecido pro barco parar apareceu algo muito assombroso 'praqueles' coitados...

A coisa apareceu de repente, muito rápido!

Era um bicho... Um monstro!


Quando o monstro atacou o barco, um dos tripulantes conseguiu fugir e se salvar. Ele disse que o que tinha atacado eles era nada mais, nada menos que um jacaré enorme ou crocodilo ou urura, como 'dizia' os antigos.

Ele não sabia direito que bicho que era, mas era grande mesmo... Enorme!


Depois disso procuraram e procuraram, mas não acharam nenhum corpo que fosse, o bicho comeu todos eles...

Mas, também, não encontraram o bicho... Rápido ele veio e rápido ele se foi.

E em lembrança aos mortos foi colocada aqueles cruzes lá no barranco. Em respeito aos falecidos.


Quando eu percebi nós 'estava' bem em cima do lugar do acontecido... Vixi eu gelei na hora.

Mas meu primo era muito experiente com estes 'assunto' de mato. Isso me deu um alívio!

Continuamos a passar por ali por muito tempo e graças a Deus nunca vi nada. Mas toda vez eu me lembrava da história e do danado do bicho comedor de gente...


E essa história é verdade 'verdadera', tanto que minha mãe que tem oitenta anos, disse que aquele bicho gigante morava ali mesmo, ela ouviu várias histórias de gente que cruzou com o bicho que assombrava as águas doces do Ridiuna.


Quem me contou esta história foi o Rogério, antigo pescador de Iguape.


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