quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Monstro no Cerco

Ser pescador também tem seus perigos!

É verdade. Tem que estar sempre atento senão...


Eu já vi de tudo que você pode imaginar dentro de um cerco.

Já vi cobra d´água, lontra, peixinho e peixão. 
Mas a coisa mais perigosa que eu já achei dentro do cerco foi um jacaré!


É verdade!

Foi assim que aconteceu...

Saí de manhãzinha pra passar a rede e ver o que tinha dentro do cerco. Tava lá distraído, pensando na vida quando senti um peso na rede e alguma coisa se agitando pra valer.


Pensei que fosse uma tainha bem grandona, daquelas que salva o mês da gente. 
Como o bicho tava agitado, pulei lá dentro pra pegar a danada com as próprias mãos...


Foi aí que tomei um susto daqueles!

Não tinha tainha nenhuma... Era um baita dum jacaré que tava lá dentro.
O bicho devia ter um metro e meio de comprimento.

Mas não amarelei não!


Passei os braços por baixo do jacaré e joguei o danado pra fora do cerco!

Ele voou lá pra fora que nem viu o que acertou ele... Saiu nadando rápido e sumiu dali.

Esse nunca mais volta.


E há quem diga que não tem jacaré por estas bandas. Tem de monte!

Cê tá dando risada?
É verdade!

Pode perguntar pro meu pai... Ele viu tudo.

Nékié pai?


Quem me contou isso foi o Alex, pescador e contador de histórias lá de Iguape

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O mistério no telhado

Esta história aconteceu em Iguape e o pescador que me contou jura que é verdade verdadeira!


A caminho da Toca do Bugio, em Iguape, tem uma chácara que se chama Jejava.
Ali, como em todo lugar, mora um casal de caseiros.

E é a própria caseira quem conta, tim-tim por tim-tim um causo muito sinistro que aconteceu por lá...


Ela conta que, em uma certa época do ano, no mesmo mês, na mesma lua, passava alguma coisa por cima da casa dela.

Ninguém sabia o que era, ninguém nunca tinha visto nada, só se ouvia o arrastar no telhado!


Com o passar do tempo além do barulho, passaram a sentir um cheiro muito forte de peixe!
E toda vez era a mesma coisa, barulho no telhado e cheiro de peixe logo depois que a coisa passava...


Foi, então, que resolveram ficar de tocaia para ver o que era aquilo.
E na determinada época, na lua certa, do mês certo eles esperaram...

Se esconderam perto da casa e, em silêncio, observaram e o que eles viram foi assustador............................................................


Saiu de dentro do mato, no pé-do-morro, se arrastando sentindo o rio.
Quando a caseira viu aquilo se arrepiou e até fez o sinal da cruz!

Era uma cobra imensa... Saia do mato e se arrastava, lentamente, por cima da casa.


Apesar de assustadora, ela jamais atacou alguém.

Eles descobriram que aquela era a rota de caça da cobra, que já o usava muito antes da casa ser construída ali.

Alguns dias depois, lá voltava a cobra.
Voltava da caça, pelo mesmo caminho sentido morro acima, de volta para casa...


E era bonita de se ver...
Uma cobra velha, uma cobra enorme, uma cobra que cheirava à peixe!

Por muito tempo eles a viram por lá. 
Sempre na mesma época, no mesmo mês, na mesma lua.


Até que parou...

Não se sabe se mudou de rota ou se morreu, mas por muito tempo passou por cima daquela casa...



Quem me contou esta história foi o Rogério, antigo pescador de Iguape.
Ele me disse que tem tanta história pra contar que está até pensando em escrever um livro!